Fritz Kahn and The Miracles lança “Freedom”

Capa do novo EP de Fritz Kahn and The Miracles, “Freedom”

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Depois do lançamento de “Attila, the Crow” em 2023, Fritz Kahn and The Miracles regressa com um novo trabalho que marca uma viragem mais direta e combativa na sua linguagem artística. “Freedom”, editado em maio de 2025, é um EP de cinco temas que se posiciona claramente no território da intervenção e afirmação da liberdade enquanto estado transitório. Ao longo das suas canções, a liberdade é retratada como um estado precário, efémero e, por isso mesmo, urgente.

Num tempo em que se banalizam discursos extremistas e se ameaçam direitos que julgávamos conquistados, o projeto Fritz Kahn and The Miracles de Gonçalo Serras não opta pela neutralidade. Este disco afirma-se como uma tomada de posição consciente, onde o gesto musical é também um gesto político. A capa do EP, com uma onda prestes a desfazer-se na areia, simboliza essa tensão entre a força e a fragilidade da liberdade.

“Love Knows”: o amor como resistência

O single de avanço, “Love Knows”, abre o EP com uma meditação sobre perda, memória e esperança. Com letra e voz de Gonçalo Serras, a canção junta uma instrumentação rica e delicada que realça o lirismo do tema. A produção musical ficou a cargo de Rúben Alves, responsável também pela orquestração e piano. Mário Delgado nas guitarras, Miguel Amado no baixo e Nuno Simões na captação completam a equipa de estúdio. A mistura e masterização foram assinadas por Samuel Nascimento, e o videoclipe foi produzido nos Estados Unidos pela equipa da ViewManiac.

“Love Knows” recorda que, mesmo em contextos de violência ou esquecimento, há sempre lugar para um gesto de fé no amor como motor de transformação.

“Freedom”: Cinco temas, cinco formas de resistir

Fritz Kahn and The Miracles, capa de "Freedom"
Fritz Kahn and The Miracles, capa de “Freedom”

“Freedom” é composto por cinco faixas distintas, mas ligadas por um fio condutor comum: a vontade de manter viva a possibilidade de escolha, de dignidade, de recomeço.

  • “Going Home” fala do regresso simbólico a um lugar interno de verdade e permanência.
  • “The Great Escape” é um manifesto sobre a importância de escapar ao conformismo e afirmar a liberdade interior.
  • “Jeremy The Outlaw” conta a história de uma figura marginal que se recusa a baixar os braços, mantendo a coragem de cantar e dançar mesmo sob repressão.
  • “The End”, tema de encerramento, encara o fim com lucidez, como uma etapa inevitável que pode também ser um ponto de partida.

O universo de Fritz Kahn and The Miracles e Gonçalo Serras

Fritz Kahn and The Miracles é o alter ego criativo de Gonçalo Serras, compositor, letrista e pensador que funde racionalidade e espiritualidade numa linguagem musical profundamente pessoal. O nome do projeto é uma referência ao médico e cientista judeu-alemão Fritz Kahn, evocando uma curiosidade científica aliada à dimensão mágica da criação artística.

Com passagens por festivais como o Super Bock Super Rock, a Casa da Música e uma menção honrosa no International Songwriting Competition em 2006, Gonçalo Serras consolidou uma carreira singular. “Freedom” representa uma nova etapa, mais direta, mais urgente, mais politizada — sem abdicar da beleza e da introspeção.

“Freedom” já disponível em todas as plataformas

O novo EP de Fritz Kahn and The Miracles já se encontra disponível em todas as plataformas digitais. Com este trabalho, o projeto afirma-se como uma das vozes mais lúcidas e emocionalmente envolventes da música independente portuguesa atual. “Freedom” não pretende ser neutro. É um disco curto, mas contundente. E acima de tudo, é um lembrete de que a liberdade precisa de ser escolhida — mesmo quando sabemos que pode não durar para sempre.

Podes seguir o trabalho de Gonçalo Serras e Fritz Kahn and The Miracles no seu Instagram e Facebook. Queres ver mais notícias sobre música portuguesa? Carrega aqui!

Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro é o fundador do musica.com.pt. Como músico e produtor conta com mais de 25 anos de experiência no mundo da música, tendo participado em projetos como Peeeedro, Moullinex, MAU, entre outros, e tocando em venues como Lux, Maus Hábitos, Plano B, Culturgest, Glasgow School of Arts, entre muitas outras salas e locais em Portugal e no estrangeiro. Compôs música para teatro (Jorge Fraga, Graeme Pulleyn, Teatro Viriato), dança contemporânea (Romulus Neagu, Peter Michael Dietz, Patrick Murys, Teatro Viriato), TV (RTP2) e várias rádios.