Ricardo Reis Soares Revela “Qualquer Coisa”, Quarto Single que Antecipa o EP “Contra Tempo”

Ricardo Reis Soares. Créditos Fotografia: Vítor Martins

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“Qualquer Coisa”, o quarto e mais recente single de Ricardo Reis Soares, é também a canção mais recente do alinhamento do EP “Contra Tempo”. O tema central de “Qualquer Coisa” é o amor, esse território simultaneamente inevitável e inexplicável, fonte de inúmeras composições e registos artísticos. Ricardo Reis Soares explora a forma como este sentimento se entretece no quotidiano das pessoas, as múltiplas formas como se manifesta e a centralidade que ocupa na existência humana.

O tema “Qualquer Coisa” de Ricardo Reis Soares propõe-se capturar e descrever precisamente o instante em que o amor é revelado, aquele momento fugaz em que se torna consciente, visível, nomeável. É uma tentativa de fixar o efémero, de dar corpo ao que muitas vezes resiste à linguagem. Trata-se de recolher esse momento único em que o maior dos sentimentos se revela, com toda a sua importância para a vida. Fica o video em baixo.

Video de “Qualquer Coisa”: A Palavra em Primeiro Plano

O videoclipe com letra foi realizado por Vitor Martins, colaborador visual que tem acompanhado e colaborado consistentemente em todo o processo de concretização do EP “Contra Tempo”, com assistência de produção de Margarida Soares. Este formato específico, videoclipe com letra, não é uma escolha casual, mas uma declaração de intenções sobre o lugar que a palavra ocupa no trabalho de Ricardo Reis Soares.

O vídeo referencia explicitamente o processo criativo do compositor, evidenciando a importância prestada à palavra cantada. Ao apresentar a letra de forma visual e acessível, o trabalho convida o espectador a acompanhar não apenas a melodia e a interpretação, mas também a arquitetura verbal e lírica que sustenta a canção. É um gesto que sublinha o peso do texto como matéria fundamental, celebrando a escrita como elemento central da sua expressão artística.

Ricardo Reis Soares, capa do single "Qualquer Coisa". Créditos Fotografia: Vítor Martins
Ricardo Reis Soares, capa do single “Qualquer Coisa”. Créditos Fotografia: Vítor Martins

“Contra Tempo”: Seis Canções Que Cartografam o Quotidiano

O primeiro EP de Ricardo Reis Soares, “Contra Tempo”, chega a 28 de novembro com produção de Miguel Marôco. Ao vivo, Ricardo apresenta-se tanto a solo como acompanhado por banda: Sílvia Ferreira nos teclados, João Curado no baixo elétrico e Miguel Curado na bateria. O primeiro concerto de apresentação oficial acontece já no próximo dia 24 de outubro, no Bota, em Lisboa.

“Contra Tempo” reúne seis faixas originais em português, funcionando como carta de apresentação do cantautor. O trabalho revela a forma particular como Ricardo Reis Soares experiencia o dia a dia através da palavra escrita. O próprio reconhece que a sua identidade artística reside talvez na profundidade com que observa aquilo que à superfície parece banal ou corriqueiro.

As influências são declaradas: a escrita poética de José Saramago e as imagens cromáticas que os romances e a música de Chico Buarque lhe trazem. Este conjunto de canções retrata histórias reais desde o momento em que surgem, inspiradas por constatações ou interpretações da realidade que o rodeia. Musicalmente, o trabalho navega entre indie/pop e singer-songwriter, com traços de jazz que emergem da sua formação e gosto pessoal.

Antes de “Qualquer Coisa”, Ricardo Reis Soares já tinha partilhado três outros singles do EP “Contra Tempo”. A Velha Bailarina trouxe uma reflexão sobre memória transformada em movimento, enquanto “A Noite” explorou os territórios noturnos da experiência humana. “Diz-me Quanto Tempo” debruçou-se sobre a passagem temporal, entrelaçando medo e cansaço numa letra que questiona a própria natureza do tempo e a espera pela “hora certa” que “tarda, mas não chega”. Cada lançamento tem funcionado como peça de um puzzle maior, permitindo ao público ir conhecendo gradualmente o universo sonoro e narrativo que o cantautor construiu. Deixamos o video de “Diz-me Quanto Tempo” em baixo.

Sobre Ricardo Reis Soares

A trajetória musical de Ricardo Reis Soares desenha-se entre Braga, onde nasceu, e Lisboa, cidade que escolheu para viver. O percurso começou cedo, nas teclas do piano, mas foi a guitarra que se tornou depositária das suas narrativas. Depois de passar pela Academia Valentim de Carvalho, aprofundou a formação em jazz no Hot Clube de Portugal, experiência que moldou a sua abordagem à composição.

Como músico e compositor, Ricardo Reis Soares constrói canções que funcionam como interpretações particulares do mundo. A sua sensibilidade manifesta-se na capacidade de escutar devagar, de observar pelos pormenores, de criar histórias através de personagens que habitam as suas letras. São os episódios do quotidiano, os gestos mais discretos do dia a dia, que alimentam a sua escrita e imaginação criativa.

Ricardo Reis Soares. Créditos Fotografia: Vítor Martins
Ricardo Reis Soares. Créditos Fotografia: Vítor Martins

Construir Sentido a Partir do Simples

O que distingue o trabalho de Ricardo Reis Soares é esta capacidade de encontrar densidade onde outros passam distraídos. As suas canções não procuram o extraordinário, mas sim extrair significado daquilo que compõe a textura dos dias: conversas, gestos, silêncios, pequenas revelações.

É uma abordagem que exige tempo, tanto na criação como na escuta. Não se trata de música para consumo apressado, mas de canções bonitas e bem construídas que pedem disponibilidade, que se revelam por camadas e que convidam a escutar várias vezes. O título do EP, “Contra Tempo”, ganha aqui ressonância: há qualquer coisa de resistência nesta música, uma recusa e nostalgia em acelerar, um compromisso com a pausa e a contemplação de quem vê os dias a passar com ternura.

Com “Qualquer Coisa”, Ricardo Reis Soares continua a construir o retrato de um artista que faz da observação atenta um método de composição. Faltam poucos dias para o concerto de apresentação no Bota (24 de Outubro) em Lisboa e pouco mais de um mês (28 de Novembro) para a edição completa do EP “Contra Tempo”. Até lá, esta nova canção funciona como convite para entrar num universo onde o amor, como tantas outras coisas, merece ser olhado com a atenção que só quem escuta devagar consegue oferecer. Nós gostamos bastante.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro é o fundador do musica.com.pt. Como músico e produtor conta com mais de 25 anos de experiência no mundo da música, tendo participado em projetos como Peeeedro, Moullinex, MAU, entre outros, e tocando em venues como Lux, Maus Hábitos, Plano B, Culturgest, Glasgow School of Arts, entre muitas outras salas e locais em Portugal e no estrangeiro. Compôs música para teatro (Jorge Fraga, Graeme Pulleyn, Teatro Viriato), dança contemporânea (Romulus Neagu, Peter Michael Dietz, Patrick Murys, Teatro Viriato), TV (RTP2) e várias rádios.