O Dia das Bruxas chegou e a festa precisa de banda sonora à altura – bem vindo ao nosso Top 20 de Músicas de Halloween para 2025! Entre clássicos atemporais que definiram gerações e hits recentes que dominam o TikTok, Instagram e outras redes sociais, há músicas de Halloween para todos os gostos, desde o terror mais genuíno até ao humor macabro que faz rir enquanto arrepia. Este ano, o Halloween (dia 31 de Outubro) cai numa sexta-feira, prometendo três dias de celebrações e loucura fantasmagórica onde a música certa transforma qualquer festa de Halloween num evento memorável.
Quando Michael Jackson criou o hino definitivo do Halloween
Impossível falar de músicas de Halloween sem começar por “Thriller” (1982). O tema de Michael Jackson não é apenas uma canção, mas um fenómeno cultural que continua a vender milhões e a liderar playlists e danças quatro décadas depois. A narração arrepiante de Vincent Price, gravada em três tentativas e paga com meros 20 mil dólares (decisão que Price mais tarde lamentou a rir), tornou-se tão icónica quanto a própria coreografia dos zombies. Fica o vídeo completo de “Thriller” do Michael Jackson em baixo.
O produtor Quincy Jones inicialmente hesitou: “Quem quer um single sobre monstros?” A resposta veio em 70 milhões de cópias vendidas do álbum e um vídeo de 14 minutos que transformou clips musicais em arte cinematográfica. Michael Jackson gravou pessoalmente os uivos de lobo quando o cão do engenheiro de som se recusou a cooperar, um detalhe que exemplifica a obsessão pela perfeição que tornou “Thriller” eterno.
O segundo tema de Halloween incontornável é “Monster Mash” de Bobby “Boris” Pickett (1962), composta e gravada em menos de uma hora. A BBC baniu-a durante 11 anos por considerá-la “demasiado mórbida”, mas Bobby Pickett só descobriu a censura 27 anos depois. Quando a proibição acabou em 1973, o tema subiu imediatamente ao terceiro lugar nas tabelas britânicas. Elvis Presley chamou-lhe “a coisa mais estúpida que já ouvi“. Mas são precisamente o humor absurdo e a energia contagiante que garantem um milhão de dólares anuais em royalties, quase 60 anos volvidos. Deixamos “Monster Mash” em baixo.
Músicas de Halloween que nunca saem de moda
A intensidade dramática chega com “I Put a Spell on You” de Screamin’ Jay Hawkins (1956). Planeada como balada romântica refinada, transformou-se em feitiço voodoo quando o produtor encheu o estúdio de cerveja e frango frito. Screamin’ Jay Hawkins não se lembrava sequer de ter gravado a música. O resultado, gritos, grunhidos e uma entrega sexual que chocou 1956. Foi imediatamente banido das rádios. Screamin’ Jay Hawkins desenvolveu então um espetáculo teatral revolucionário: emergia de um caixão entre fumo, empunhava uma caveira chamada Henry e usava capas zebradas. Bette Midler revitalizou o tema em “Hocus Pocus” (1993), apresentando-o a novas gerações. Fica o excelente original de Screamin’ Jay Hawkins em baixo.
Stevie Wonder estava num dos seus melhores momentos quando gravou “Superstition” em 1972, aquele groove de funk hipnótico casa na perfeição com gatos pretos e espelhos partidos. John Carpenter provou que menos é mais com o minimalismo aterrorizante do “Halloween Theme”, enquanto Warren Zevon se divertiu a imaginar um lobisomem bem-comportado em “Werewolves of London” (1978), provavelmente de fato e tudo. Os Blue Öyster Cult foram mais a sério: “(Don’t Fear) The Reaper” (1976) embrulha filosofia existencial sobre morte em sete minutos de riffs que ainda arrepiam.
“Ghostbusters” de Ray Parker Jr. (1984) nasceu da urgência: outros músicos recusaram e Parker teve poucos dias para compor. Inspirou-se num anúncio de televisão barato e criou o refrão mais memorável do cinema dos anos 80. Huey Lewis processou-o por plágio (resolvido fora de tribunal), mas nada impediu que o tema chegasse ao número um e se tornasse sinónimo de caça-fantasmas. Para festas de Halloween, esta canção que mistura pop-rock-funk com um tema sobrenatural é garantia de diversão.
“Somebody’s Watching Me” de Rockwell (1984), com Michael Jackson nos coros, traduz paranoia em synth-pop dançável. A sensação de ser observado casa perfeitamente com a atmosfera de Halloween, enquanto “Time Warp” de “The Rocky Horror Picture Show” (1975) traz teatro camp e instruções de dança incorporadas (“jump to the left, step to the right“). A produção mantém-se em exibição desde 1975, o lançamento teatral mais longo da história.
De Tim Burton e Danny Elfman surge “This Is Halloween” (1993), abertura de “The Nightmare Before Christmas” que captura perfeitamente o espírito caprichoso e sinistro da época. Danny Elfman queria que soasse como se tivesse 100 anos e conseguiu criar um hino que a Entertainment Weekly apelidou de “anthem de outubro”. Marilyn Manson e Panic! at the Disco gravaram versões próprias, mas o original mantém magia intemporal. Danny Elfman contribui com mais canções para o Halloween, com a theme song bastante conhecida de “Beetlejuice”e uma versão do original de Vic Mizzy para “Addams Family”.
A nova vaga assustadora: de Billie Eilish a Olivia Rodrigo
“Vampire” de Olivia Rodrigo (2023) tornou-se o hino de Halloween da Geração Z. Do álbum “GUTS”, chegou ao primeiro lugar da Billboard e inspirou milhares de tutoriais de maquilhagem e disfarces. A metáfora do vampiro sobre relações tóxicas ressoa com autenticidade, enquanto a estética gótica da produção garante lugar permanente nas playlists assustadoras.
Mas, Billie Eilish continua a rainha indiscutível do Halloween moderno. “bury a friend” (2019) é contada da perspetiva do monstro debaixo da cama, com produção perturbadora que inclui sons de brocas dentárias e sussurros inquietantes. O álbum inteiro “When We All Fall Asleep, Where Do We Go?” funciona como banda sonora existencial para a época, provando que o terror contemporâneo vem embrulhado em vulnerabilidade psicológica.
“Unholy” de Sam Smith e Kim Petras (2022) traz sensualidade dark com coros gospel que soam simultaneamente sagrados e profanos. A estética gótica e temas provocadores transformaram-na em obrigatória para festas adultas de Halloween. Já “Bloody Mary” de Lady Gaga (2011) ressuscitou em 2022 graças ao TikTok e à série “Wednesday” da Netflix. Os cânticos gregorianos e vocais autoritários criam ambiente cinematográfico que a nova geração adotou como hino próprio, frequentemente em versões aceleradas.
Temos ainda mais temas de Halloween (ou inspirados) que a musica contemporânea nos trouxe. “Scary” de Megan Thee Stallion e Rico Nasty (2022) namora descaradamente com “Candyman” e outros clássicos do cinema de terror num hip-hop que não pede desculpa. Ed Sheeran transformou-se num “glampire” cor-de-rosa para promover “Bad Habits” (2021) e acabou por criar associação permanente com a época. Marketing genial ou acidente feliz? Já Phoebe Bridgers seguiu caminho oposto: “Halloween” (2020) é melancolia indie pura para quem acha que festas barulhentas são a coisa mais assustadora do mundo.
Portugal também tem o seu lado negro
Os Moonspell são a resposta portuguesa para bandas sonoras de Halloween, levando vampiros e lobisomens aos palcos internacionais. O repertório gótico inclui “Vampiria”, sobre criaturas transilvanas (“You’re a beast, evil one“), “Nocturna”, que explora criaturas noturnas, e “Wolfshade (A Werewolf Masquerade)”, dedicada a lobisomens e transformações sob a lua cheia. “Full Moon Madness” e “Alma Mater” completam um catálogo perfeito para festas que procuram autenticidade dark nacional. O vocalista Fernando Ribeiro comanda uma estética gótica genuína que funciona durante os 12 meses, mas brilha especialmente em outubro. Deixamos o vídeo de Vampiria em baixo, com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, gravado no ano passado.
Menos conhecido mas igualmente fascinante é Allen Halloween, rapper nascido na Guiné-Bissau e criado em Odivelas que incorporou literalmente o Halloween no nome artístico. O seu estilo horrorcore mistura rap alternativo com influências grunge e rock, incluindo samples de Rammstein e Nick Cave, e álbuns como “Híbrido” (2015) e “A Árvore Kriminal” (2011) conquistaram estatuto de culto. Para quem procura hip-hop português com atmosfera sombria, Allen Halloween representa uma figura única na cena nacional.
O Nosso Top 20 de Músicas de Halloween para 2025
- Michael Jackson – Thriller
- Screamin’ Jay Hawkins – I Put A Spell On You
- Bobby Pickett – Monster Mash
- Ray Parker Jr. – Ghostbusters
- Danny Elfman – This is Halloween
- John Carpenter – Halloween Theme
- Vic Mizzy – The Addams Family
- Danny Elfman – Beetlejuice (main theme)
- Rockwell – Somebody’s Watching Me
- The Rocky Horror Picture Show – Time Warp
- Moonspell – Vampiria
- Stevie Wonder – Superstition
- Olivia Rodrigo – Vampire
- Billie Eilish – bury a friend
- Lady Gaga – Bloody Mary
- Sam Smith, Kim Petras – Unholy
- Blue Oyster Cult – (Don’t Fear) The Reaper
- Warren Zevon – Werewolves of London
- Talking Heads – Psycho Killer
- Andrew Lloyd Webber – The Phantom of the Opera
Mas de onde veio esta obsessão com abóboras e fantasmas?
Antes de Michael Jackson ensinar zombies a dançar, havia fogueiras celtas nas colinas irlandesas. O Halloween moderno descende direto do Samhain (pronuncia-se “sow-in” ou “sah-win”), festival que os celtas celebravam há mais de 2500 anos. Estes povos que ocupavam Irlanda, Escócia, Inglaterra, País de Gales, França e parte da Península Ibérica, incluindo território que hoje é Portugal dividiam o ano entre luz e escuridão. O Samhain marcava a fronteira: fim do verão, início do inverno, passagem de ano novo segundo o calendário celta.

A questão ia além de climatologia. Os celtas acreditavam que nesta transição, entre 31 de outubro e 1 de novembro, o véu entre mundos ficava fino como mortalhas. Mortos voltavam para visitar casas onde tinham vivido, fadas pregavam partidas aos mortais, espíritos malignos andavam à solta.
Para lidar com isto, acendiam fogueiras gigantescas (quanto maiores, melhor) e disfarçavam-se para confundir as entidades sobrenaturais. Os druidas (sacerdotes celtas) faziam sacrifícios de animais cujos ossos alimentavam as chamas. Deixavam comida e cadeiras vazias à mesa para receber os mortos queridos, numa espécie de jantar onde metade dos convidados não respirava.
As abóboras de hoje eram nabos antigamente.
Os celtas esculpiam rostos macabros neles, enfiavam velas lá dentro e pronto, ficavam com uma lanterna portátil para espantar o que andasse por aí. A história por trás disto vem de Jack (Stingy Jack ou Jack O’Lantern), irlandês que bebia mais do que devia e tinha péssimo hábito de fazer apostas com o diabo. Enganou-o não uma mas duas vezes (detalhes da marosca variam consoante quem conta), acabou impedido de entrar no céu por ser vigarista e recusado no inferno porque o diabo ainda estava ressentido. Solução? Vaguear eternamente pela escuridão com um carvão em brasa dentro de um nabo oco.

Quando a fome obrigou um milhão de irlandeses a fugir para a América em 1845, levaram a tradição na bagagem mas rapidamente perceberam que os nabos irlandeses eram ridículos comparados com as abóboras americanas. As abóboras americanas eram maiores, mais fáceis de esvaziar, melhores em tudo. E rapidamente se adaptaram (já lá vamos).
A Igreja entrou na conversa e mudou tudo
O papa Gregório III percebeu no século VIII (por volta de 731-741 d.C.) que os celtas não iam abandonar o Samhain de livre vontade. Estratégia? Apropriar a festa. Finalmente, em 835, o papa Gregório IV, sucessor de Gregório III, oficializou o Dia de Todos os Santos para 1 de novembro, data que antes era 13 de maio. Coincidência? Claro que não. A Igreja começou a espalhar a narrativa de que o Samhain não honrava mortos comuns mas sim santos cristãos. A véspera, 31 de outubro, passou a chamar-se “All Hallows’ Eve” (Véspera de Todos os Santos) em inglês. Com o tempo, a pronúncia preguiçosa transformou aquilo em “Halloween“.

O sincretismo religioso funcionou. As fogueiras continuaram, os disfarces mantiveram-se, mas ganharam nova roupagem cristã. Crianças passaram a cantar pelos mortos no purgatório em troca de “soul cakes” (bolos da alma), versão medieval do “doces ou travessuras”. A tradição de ir de porta em porta pedir contribuições para a festa tinha raízes celtas diretas, mas agora vinha com selo papal de aprovação. Entre os séculos XV e XVI, a Peste Negra trouxe as máscaras para a festa. Tantos morreram em França que as pessoas começaram a fazer celebrações burlescas decoradas com caveiras e esqueletos. Se não podes vencer a morte, ri-te dela! (riso macabro)
Como o Halloween conquistou a América (e depois o mundo)
Durante séculos, o Halloween manteve-se fenómeno predominantemente britânico e irlandês. Foi preciso um milhão de irlandeses famintos a fugir para os Estados Unidos em meados do século XIX para a festa atravessar o Atlântico. Os imigrantes levaram histórias, lendas, tradições, e os americanos, sempre pragmáticos, adaptaram tudo. Nabos viraram abóboras. Soul cakes transformaram-se em chocolates industriais. O aspeto religioso diluiu-se num secularismo festivo que Hollywood adorou explorar.
Nos anos 1900, o Halloween americano já era irreconhecível face à origem celta. Tornou-se a segunda festa comercial mais lucrativa do país (só perde para o Natal), movimentando biliões em disfarces, decorações e doces. Filmes, séries, produtos de entretenimento exportaram esta versão globalizada para o resto do planeta. Hoje, mesmo países sem qualquer ligação histórica ao Samhain celebram o Halloween, prova de que o capitalismo é mais poderoso que druidas.
E em Portugal, que tradições temos? Pão por Deus!
Enquanto o Halloween americanizado invade o país inteiro com festas temáticas e disfarces importados, Portugal mantém tradição própria que poucos conhecem: o Pão por Deus. Celebrado a 1 de novembro (Dia de Todos os Santos), tem raízes que se cruzam com o Samhain celta, pois afinal de contas os celtas também habitaram a Península Ibérica.
O Pão por Deus já existia no século XV como peditório associado a oferendas aos mortos. Ganhou força dramática após o terramoto de 1755 que destruiu Lisboa precisamente no Dia de Todos os Santos. Um ano depois, a fome devastava a capital. Crianças e adultos desesperados percorreram as ruas batendo às portas: “Pão, por Deus!” Quem podia dava pão, bolos, vinho, qualquer alimento para honrar os mortos e pedir pelas suas almas.
Em Coimbra existe uma variante chamada “Bolinhos e Bolinhós” onde as crianças levam lanternas de abóbora (sim, também lá!) e recebem bolinhos típicos ou caspíadas, nos Açores, que são doces em forma de caveira.
A tradição sobreviveu sobretudo em zonas rurais e cidades do interior. Crianças ainda saem à rua a 1 de novembro com sacos de pano, batem às portas, recitando e cantando versos: “Bolinhos e bolinhós / Para mim e para vós / Para dar aos finados / Qu’estão mortos, enterrados / À porta da bela cruz / Truz! Truz! Truz!” Se a dona de casa abre e dá algo, as crianças cantam: “Esta casa cheira a broa / Aqui mora gente boa.” Se não abre, a letra muda: “Esta casa cheira a alho / Aqui mora algum espantalho.“

Em Vilar de Perdizes, Montalegre, acontece a Queima das Bruxas: tochas acesas, danças rituais, padre a apagar tudo numa fogueira final para afastar males. A tradição repete-se também em todas as sextas-feiras 13. Temos ainda a Festa da Cabra e do Canhoto, provavelmente a celebração de Halloween mais autêntica de Portugal porque nunca deixou de ser celta. Na noite de 31 de outubro em Bragança, acendem fogueira enorme onde queimam bonecos que representam o diabo e a sua esposa (simbolismo cristão cosido sobre ritual pagão), cozinham a cabra que depois serve de jantar comunitário, e dançam ao som de música medieval.
Portugal vive neste meio termo, onde centros urbanos abraçam o Halloween comercial americano enquanto aldeias preservam rituais que remontam aos celtas pré-cristãos, mas onde famílias inteiras ainda visitam o cemitério no Dia de Todos os Santos. As tradições coexistem, às vezes colidem, mas celebram a mesma coisa: o mistério da morte, o respeito pelos que partiram e aquele friozinho delicioso na espinha quando pensamos no sobrenatural.
No México, a morte veste-se de cores
Enquanto o Halloween americano aposta no terror e nas travessuras, o México celebra o Día de Muertos com uma filosofia radicalmente diferente: a morte não assusta, convida-se para jantar. Entre 31 de outubro e 2 de novembro, famílias mexicanas montam altares coloridos com oferendas, repletos de fotografias, comida favorita dos falecidos, bebidas, flores de calêndula (cempasúchil), caveiras de açúcar decoradas e pão dos mortos. Não é luto. É festa.
A tradição remonta aos astecas, maias e outras culturas pré-hispânicas que já celebravam os mortos há três mil anos, inicialmente em agosto durante a colheita. Acreditavam que Mictlantecuhtli, senhor do submundo, e a sua esposa Mictecacíhuatl (a “Dama da Morte”) autorizavam as almas a regressar temporariamente.
Quando os espanhóis chegaram com o catolicismo, fizeram o de sempre: sincretismo. Mudaram as datas para 1 e 2 de novembro para coincidir com Todos os Santos e Finados, mas os mexicanos mantiveram a essência alegre e colorida que escandalizava os europeus. Fica em baixo a canção Cumbia de Los Muertos dos mexicanos Ozomatli.
La Catrina
La Catrina tornou-se o ícone moderno desta celebração. O cartoonista José Guadalupe Posada criou-a no final do século XIX, uma caveira elegante de chapéu e vestido fino, troçando dos mexicanos que imitavam aristocratas europeus enquanto negavam raízes indígenas. Hoje, milhares pintam-se de Catrina e enchem as ruas. A UNESCO reconheceu o Día de Muertos como Património Imaterial da Humanidade em 2003, mas a festa já tinha ultrapassado fronteiras. Até em Boston há celebrações, graças à comunidade mexicana.
A diferença para o Halloween?
No México, 1 de novembro é dedicado às crianças falecidas (Día de los Inocentes) e 2 de novembro aos adultos. Nada de sustos ou espíritos malignos, pelo contrário, acredita-se que os mortos voltam felizes para rever a família. Os altares não são para adoração mas para dar boas-vindas: incenso, velas, a cadeira vazia à mesa. Enquanto o Halloween evoluiu para indústria comercial de disfarces e terror, o Día de Muertos preserva espiritualidade profunda embrulhada em alegria barulhenta. Ambos honram os mortos nas mesmas datas, mas um fá-lo com gritos e o outro com abraços coloridos.

Como construir a playlist perfeita para o Halloween?
O segredo para uma boa playlist está no equilíbrio. Quando se trata de músicas de Halloween, começa com energia alta, com temas como “Thriller”, “Ghostbusters”, “Monster Mash” para estabelecer rapidamente o clima festivo com aqueles clássicos orelhudos que toda a gente conhece. Intercala momentos dark com Moonspell, Billie Eilish e Screamin’ Jay Hawkins para manter tensão. Inclui hits recentes como “Vampire” e “Unholy” que os mais novos reconhecem do TikTok. Reserva clássicos camp “Time Warp” para quebrar gelo quando a festa precisa de humor.
As tendências de 2025 privilegiam genre-blending: já não basta novelty songs como antigamente, ou só clássicos. O público quer profundidade emocional e produção sofisticada mesmo em músicas assustadoras. Playlists modernas misturam horror-pop com hip-hop sombrio, indie melancólico e eletrónica atmosférica. O TikTok (infelizmente) democratizou o processo, qualquer tema pode tornar-se hino de Halloween se viralizar com o contexto certo. Raios partam o algoritmo.
Conclusão: a banda sonora do medo é universal
Os celtas cantavam enquanto acendiam fogueiras para afugentar espíritos. Os mexicanos tocam mariachis nos cemitérios porque acreditam que os mortos gostam de festa. Em Portugal, crianças recitam versos à porta pedindo bolinhos para honrar quem já partiu. São línguas diferentes, décadas ou séculos de distância, mas todas dizem a mesma coisa: a morte é menos assustadora quando tem banda sonora.
Três mil anos separam as fogueiras celtas dos Reels do TikTok, mas o Halloween continua a ser lugar para reuniões sociais e muita música – seja cantada, tocada, em bares e discotecas, ou em playlists. As músicas de Halloween funcionam porque tocam no nervo mais antigo da humanidade: aquele arrepio delicioso entre o medo e a curiosidade, ajudando a domesticar o que nos assusta.
A beleza disto tudo? Não importa se preferes o terror visceral de John Carpenter, o humor pastelão de “Monster Mash”, a melancolia indie de Phoebe Bridgers ou o metal português dos Moonspell. As seleção de músicas para o Halloween pode ser suficientemente grande para todos os medos, todas as celebrações, todas as formas de dançar com fantasmas. É a democratizção do arrepio. No final, a morte é a única certeza universal. Mas enquanto houver músicas de Halloween, pelo menos sabemos que podemos dançar no caminho até lá.
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