A cidade de Viseu voltou a respirar música ao segundo dia do Festival MOSAICO, com milhares de pessoas a encherem novamente o centro histórico. O ambiente manteve-se quente (apesar da chuva fazer uma pequena ameaça) e a diversidade da programação garantiu mais uma noite memorável, com artistas de diferentes géneros e para todos os gostos a conquistarem públicos de todas as idades.
Palco Adro da Sé
Neste espaço imponente e simbólico do centro histórico de Viseu, Agir apresentou um concerto de regresso onde a sua pop urbana, com toques soul e eletrónicos, envolveu uma audiência atenta e participativa com um tom bastante emocional e maduro, após alguns anos de pausa em concertos ao vivo. Antes, Buba Espinho e Cantadeiras da Essência Alentejana trouxeram o peso do cante e da música portuguesa com um carisma sereno que encheu a Sé de sentimento. Devido a razões que iremos explicar um pouco mais em baixo neste artigo, infelizmente não conseguimos cobrir estes dois concertos.
Palco da Praça D. Duarte
Milhanas, artista revelação nos prémios Play em 2023 e vencedora do prémio de melhor Intérprete dos prémios Play em 2024, abriu este palco com a intensidade e autenticidade das suas canções. Os seus temas cruzam sons e linguagens musicais tradicionais com linguagens pop contemporâneas, num espetáculo irrepreensível – mas que infelizmente também não conseguimos acompanhar.
Seguiu-se Nenny, , que voltou a provar porque é uma das vozes mais relevantes da nova geração da música portuguesa. Entre afrobeats, R&B e mensagens de força, o público vibrou com cada palavra, num concerto poderoso, cheio de presença e emoção.



Palco do Mercado 2 de Maio
Tiago Nacarato, cantautor do Porto com raízes brasileiras, abriu e encantou com a sua habitual elegância musical, influências musicais e uma ligação muito especial ao público, num concerto íntimo e bem recebido pelo público.


Seguiu-se MXGPU (fusão de Moullinex+GPU Panic), que regressou a uma das suas casas (Moullinex tem origem em Viseu) para nos brindar com um hybrid DJ Set de se tirar o chapéu, e onde revisitou alguns dos seus temas mais recentes dos últimos anos. Com uma interpretação e presença sem nada a apontar, o público dançou e festejou sem parar por mais de uma hora.



Palco do Largo de Santa Cristina
Tilhon, viseense e nome em ascensão rápida no hip hop nacional, fez-se acompanhar por uma banda e um pequeno ensemble de instrumentos de corda, teve o palco do Largo só para si nesta noite, onde brindou o público com energia e presença, mostrando o seu talento, com letras e rimas intensas cheias de realidade. Mais uma vez não conseguimos acompanhar este evento com muita pena nossa.
Palco da Igreja do Carmo
Marlow Digs é um dos pioneiros do hip hop em Viseu. Entre os primeiros a fazer música dentro do género na cidade, Marlow Digs trouxe consigo a sua inseparável Akai e presenteou o público com uma atuação memorável. O set, inteiramente da sua autoria, percorreu os caminhos do boom-bap e do hip hop instrumental com fortes influências de jazz, apresentando assim um espetáculo coeso, maduro e digno de palcos muito maiores.



Outlaw Alliance e Eryka Martins também atuaram no Palco da Igreja, mas infelizmente não conseguimos acompanhar esses concertos.
Festival Mosaico: Checkpoint do Segundo dia
O segundo dia do Festival MOSAICO no centro histórico de Viseu manteve o ritmo registado no primeiro dia, com uma programação que voltou a cruzar géneros, públicos e gerações. A diversidade artística do pop ao fado, passando pela eletrónica e pelas raízes tradicionais refletiu bem o espírito do festival: um mosaico de vozes e sonoridades a ocupar espaços públicos.
No entanto, a acrescentar aos problemas sentidos no primeiro dia, ao segundo dia os concertos começaram todos (ou quase) atrasados pelo menos 30 minutos, o que causaram algum caos e deslocamento de pessoas à procura dos concertos – nós incluidos, pois perdemos vários concertos, até que desistimos e fechámos a loja em Moullinex, projeto que nos é bastante próximo e que queríamos assitir do príncipio ao fim.
Apesar de algumas limitações logísticas que continuaram a ser sentidas, a forte adesão do público (mais do que no primeiro dia) confirma que há lugar e vontade para este tipo de celebração cultural no coração da cidade e na zona centro de Portugal. Se o primeiro dia revelou o potencial, o segundo consolidou a ambição e realmente esperamos que seja um evento a repetir nos anos vindouros, no entanto com algumas correções a serem feitas – chamemos-lhe dores de crescimento que são apenas naturais em eventos deste tamanho.
Por hoje é tudo, não percas amanhã a nossa report do terceiro e último dia do Festival Mosaico. Até breve!
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