O Festival MOSAICO arrancou quinta-feira, 10 de julho, e começou desde logo a transformar o centro histórico de Viseu num autêntico mapa sonoro em constante mutação. Numa noite quente de verão, o público respondeu em força ao convite para celebrar a música ao ar livre na zona histórica de Viseu, em cinco palcos emblemáticos e com entrada gratuita.
Palco Adro da Sé
O Adro da Sé de Viseu recebeu dois dos concertos mais marcantes da noite. Os Jovem Dionísio, banda brasileira em estreia absoluta em Portugal e em Viseu, contagiaram a audiência com o seu pop urbano melódico e energético.


Antes, Ricardo Ribeiro, nome maior do fado contemporâneo, com seis álbuns editados, vários discos de ouro e prémios nacionais, emocionou com um espetáculo intenso e intimista, refletindo a profundidade da música portuguesa.


Palco da Praça D. Duarte
Num ambiente vibrante junto à estátua de D. Duarte, Bateu Matou, o supergrupo de percussão formado por Ivo Costa (Cais Sodré Funk Connection), Riot (Buraka Som Sistema) e Quim Albergaria (PAUS), fez da praça um verdadeiro centro rítmico, onde o groove urbano e a energia eletrizante da sua banda e vocalistas conquistaram todos os que por ali passaram.



Por motivos de timing foi impossível seguir o concerto de Miss Universo, mas ficará para uma próxima!
Palco do Mercado 2 de Maio
A abrir o palco, Bianca Barros, acompanhada pela sua banda, mostrou o seu talento com quatro singles originais e uma presença firme, conquistada em parte pela participação no The Voice Portugal.


Seguiu-se Soraia Tavares, que participou em programas como o “The Voice” e a “Tua Cara Não Me É Estranha” (que venceu em 2021), levou o seu registo pop-soul sofisticado com raízes portuguesas e cabo verdianas ao coração da cidade, com uma performance vocal irrepreensível e cheia de presença.



Palco do Largo de Santa Cristina
Neste palco, Expresso Transatlântico, que recentemente lançaram o primeiro single do seu próximo álbum, “Flor Trovão”, agitaram o Largo com uma fusão contagiante de guitarra portuguesa, influências lusófonas, fusão de sonoridades e atitude rock bem vincada. A banda ofereceu um concerto cheio de movimento e interação, mantendo a energia do público em alta desde o primeiro ao último minuto.



Palco da Igreja do Carmo
A representar o talento Viseense, tivemos O Marta e Davi Santiago, que deram voz a Viseu neste primeiro dia de festival.
O Marta apresentou-nos temas bastante originais, com letras bem trabalhadas e com uma influência bastante forte em música tradicional portuguesa e música moderna – na verdade, foi dos nossos concertos preferidos em todo o evento.



Já Davi Santiago apresentou-se num registo acústico, sozinho com a sua guitarra acústica e a sua voz bastante única, que nos embalaram durante todo o espétaculo.


Ambos aproveitaram o ambiente acolhedor da Igreja para partilhar temas originais e ligarem-se a um público atento e participativo, reforçando a ligação e exposição dos novos artistas da cidade à sua população. Faltou-nos também acompanhar o concerto de O Pouca Roupa, mas mais uma vez os timings dos concertos impossibilitaram a nossa presença neste concerto.
Festival Mosaico: Checkpoint do Primeiro dia
Apesar de ter surgido à última hora e de coincidir com outros eventos já consolidados na região, como o Que Jazz É Este?, o Tom de Festa, a Sementeira ou até o NOS Alive em Lisboa, a adesão do público ao Festival MOSAICO foi surpreendentemente forte. As ruas do centro histórico encheram-se de pessoas, criando um ambiente festivaleiro e de festa que beneficiou também os comerciantes e bares locais – É sem dúvida um evento com potencial para se afirmar no calendário cultural de Viseu.
No entanto seria desejável que, em futuras edições, encontrasse um espaço próprio na agenda anual, evitando sobreposições com outros festivais da região. A dispersão de público entre eventos tão próximos geograficamente acaba por diluir a força de cada um e dificultar escolhas, tanto para o público como para os artistas.
Outro aspeto a rever é o intervalo entre concertos. Com apenas 15 minutos entre atuações em palcos diferentes, o público foi muitas vezes forçado a optar entre artistas que gostaria de ver, o que impediu uma experiência mais prazenteira, fluida e completa.
Por fim, é importante apontar a questão do som. Apesar dos sistemas de som/PAs serem de qualidade e com bom material em palco, houve várias queixas por parte de músicos e espectadores quanto à mistura pouco equilibrada e à presença de feedbacks. Em alguns concertos, tornou-se difícil distinguir os instrumentos da massa sonora que se ouvia, o que comprometeu a clareza e a envolvência sonora.
Ainda assim, o balanço do primeiro dia do Festival é claramente positivo: um evento cheio de vida, que envolve a comunidade local e de fora, com diversidade musical para agradar a todos os gostos e um público disponível para celebrar. Um arranque promissor que deixa vontade de ver mais e melhor nas próximas edições.
Amanhã voltamos com o nosso report ao segundo dia do Festival Mosaico! Até breve.
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