A estreia de Laz Hay não poderia ser mais simbólica: “Acalento”, o seu primeiro EP, já está disponível nas plataformas digitais através da editora espanhola Samain Music. Com raízes em Estremoz, o artista português constrói neste trabalho uma ponte entre o passado, presente e futuro, fundindo samples de melodias tradicionais com batidas eletrónicas entre o 4 by 4 e o break a 3/4, texturas densas e paisagens sonoras que oscilam entre o cuidado e a inquietação.
Composto por quatro temas: Apascentadora, Do Vale, Tu’Amada e Acalento, o EP mergulha nas raízes da tradição musical portuguesa para as reimaginar através da eletrónica contemporânea. Ferrinhos, flautas, pandeiretas e vozes recolhidas por Portugal servem de matéria-prima para uma criação que não se limita a replicar o passado, mas sim a reinventá-lo através de um ponto de vista bastante único do Laz Hay. Composto e interpretado por Luis Miguel Paulo (Laz Hay), o projeto contou com masterização de José Gaspar e ilustração de capa por Miguel Gustavo.
Eletrónica com alma portuguesa
Logo na faixa de abertura, “Apascentadora”, Laz Hay parte de um registo vocal recolhido na região de Idanha-a-Nova, uma canção de amor melancólica cantada por um pastor, e envolve-a em arranjos modernos, beats com sabor a house e flautas que evocam o toque dos tamborileiros. “Do Vale”, por sua vez, é uma homenagem emocional à Serra d’Ossa, que se entranha através de ritmos de garage house e referências simbólicas à terra natal do artista.

“Tu’Amada” apresenta-se como uma dança melancólica, construída sobre um compasso invulgar de 3 por 4 — ritmo profundamente enraizado na tradição musical portuguesa. Neste tema, os sintetizadores envolvem samples vocais cedidos pela TRADISOM, criando um espaço sonoro onde o amor e a memória caminham lado a lado.
A faixa-título “Acalento” encerra o EP com um ambiente mais denso e sombrio. Aqui, a ideia de embalar, cuidar e proteger sugerida pelo próprio título, é desconstruída, dando origem a um arrulho inquieto, onde a eletrónica e os elementos acústicos dialogam em tensão constante.
Laz Hay: um nome a fixar
Natural de Estremoz, Laz Hay propõe-se a quebrar barreiras culturais e temporais. A sua música combina batidas eletrónicas com ecos de canções ancestrais, oferecendo uma experiência imersiva e sensorial. Fugindo de géneros pré-definidos, o artista opta pela liberdade criativa e pela emoção como fio condutor de uma linguagem sonora própria.

Com “Acalento”, Laz Hay estabelece-se como uma das propostas mais intrigantes da nova música eletrónica portuguesa: um artista que olha para o passado não como algo estático, mas como um campo fértil que alimenta novas paletas e possibilidades sonoras.
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