De 16 a 24 de agosto, Figueiró dos Vinhos volta a ser palco do Fazunchar, festival que celebra a ligação entre artistas e a comunidade com uma programação multidisciplinar e profundamente enraizada no território. Na sua 7.ª edição, o evento volta a assumir-se como um espaço de encontro, criação e partilha, onde a arte urbana, a escultura, a música, a fotografia, o vídeo, a escrita e as artes performativas convergem para um só propósito: envolver e transformar.
Com organização da associação PÁ!, o Fazunchar 2025 abre portas com uma exposição de Raquel Belli no Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos. A artista propõe uma revisitação visual do território, através de uma “tecelagem” fotográfica que entrelaça memória e identidade local.
Residências artísticas e oficinas
Um dos pilares do festival é a proximidade com a comunidade. Este ano, o músico Ricardo Azevedo orienta uma residência musical com os alunos do 2.º e 3.º ciclos do Agrupamento de Escolas, culminando na apresentação de uma canção e videoclipe no dia 22 de agosto. Já o autor Luís Robalo conduz uma residência de escrita que dará origem a um livro e a uma rota literária com frases espalhadas por Arega e pelo centro da vila.
As artes performativas também marcam presença, com uma visita encenada criada por Inês Fouto em colaboração com a comunidade, a ser apresentada na manhã de 23 de agosto.
Entre as oficinas, destaca-se a de Raquel Belli para público adulto e a de Robert Panda para crianças e jovens, promovendo o contacto direto com os processos criativos.
Uma vila que se transforma com novos murais e escultura
No centro da vila, o público poderá acompanhar a criação de três novas pinturas murais, assinadas por Daniela Guerreiro, Bordalo II e pelo vencedor do Open Call. A escultura também marca presença no Fazunchar com Robert Panda, que leva uma das suas figuras à freguesia da Aguda, questionando o quotidiano com o seu estilo inconfundível.
Pela primeira vez, o festival apresenta um mercado de autor, onde dez criadores terão a oportunidade de expor e vender os seus trabalhos, celebrando a criação artística local e independente.
Música ao vivo no Fazunchar, cinema e visitas guiadas
O programa do Fazunchar inclui ainda a exibição do documentário Redesenhando Mundos, de Pedro Guerra, sobre a edição de 2024. No sábado, 23 de agosto, a música sobe ao palco com A Garota Não, uma das vozes mais impactantes da nova canção portuguesa, seguida pelo DJ set de DJ Kwan, referência da cena hip hop e eletrónica nacional.
A Garota Não tem vindo a afirmar-se como uma das vozes mais relevantes da nova música portuguesa, com uma escrita profundamente poética e interventiva, onde a experiência pessoal se cruza com o olhar social e político sobre o mundo. Oriunda de Setúbal, Cátia Mazari Oliveira (nome civil da artista) tornou-se uma presença incontornável com o álbum 2 de abril, lançado em 2022, aclamado como um dos melhores discos nacionais do ano. Esse trabalho valeu-lhe o Globo de Ouro de Melhor Intérprete em 2023, os prémios da SPA de Melhor Trabalho Popular e Prémio José da Ponte, bem como o prestigioso Prémio José Afonso. Em maio deste ano lançou Ferry Gold, um disco maduro, emocional e fortemente identitário, onde continua a trilhar caminhos únicos na canção portuguesa.
DJ Kwan, um verdadeiro camaleão da música urbana nacional. DJ, turntablist, programador e figura central do hip hop em Portugal desde os anos 90, Kwan ficou em 3.º lugar no Campeonato Mundial IDA em 2007 e tem deixado marca por onde passa com sets tecnicamente irrepreensíveis e musicalmente abrangentes. Nos seus espetáculos, quebra todas as barreiras estilísticas, misturando hip hop, r&b, soul, funk, música eletrónica ou rock com uma leitura de pista certeira e contagiante.
Como é habitual, o Fazunchar convida também a redescobrir a vila com visitas guiadas às obras de arte urbana criadas ao longo das sete edições, revelando histórias, processos e impactos de cada intervenção.
Não percas o Fazunchar 2025
Ao longo de nove dias, o Fazunchar 2025 reafirma-se como um dos eventos culturais mais relevantes da região, apostando na descentralização da criação artística e no envolvimento ativo da população local. A programação, diversificada e inclusiva, oferece um espaço de encontro entre artistas consagrados e a comunidade, reforçando a importância da arte como ferramenta de transformação e coesão social.
Com entrada gratuita e uma forte ligação ao território, o festival convida todos a mergulhar numa experiência onde a cultura se faz com e para as pessoas, e em 2025, renova o convite para uma travessia criativa feita com as mãos, o coração e os olhos abertos. Visita as redes sociais do festival no Facebook e Instagram!
Queres ver mais notícias sobre música portuguesa? Carrega aqui! Se estás interessado em concertos ou festivais, dá uma vista de olhos no Calendário de Concertos e Festivais.
