Esteves sem Metafísica estreia-se com “sóbria”

Esteves sem Metafísica, crédito de Francisco Hartley

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Esteves sem Metafísica (conhecida como Teresa Esteves da Fonseca, escritora) estreia-se com o lançamento do single “sóbria”, tema inaugural do seu primeiro álbum, de.bu.te. com edição prevista para junho. Com um pé na literatura e outro na pop alternativa, Teresa dá início a um novo capítulo artístico onde palavra e som se entrelaçam com a mesma intensidade poética que já lhe conhecemos na escrita. “sóbria” nasceu durante a pandemia e revela-se como o primeiro impulso de criação musical da artista.

Esta música é sobre curtir de estar a viver à tona sabendo que, quando der, mais cedo ou mais tarde, hei de voltar à inevitável interioridade”, explica Teresa.

Uma canção sobre leveza e interioridade

Trabalhada em parceria com o produtor Sebastião Macedo (associado à Príncipe Discos), a faixa assume um tom quase ingénuo, de quadras simples, mas emocionalmente densas — uma celebração da juventude despreocupada, do impulso, da experiência que se vive antes de se pensar.

Com uma produção delicada e etérea que ganha corpo nos refrões, “sóbria” é a canção mais “consensual” do disco, segundo a própria artista, e marca simbolicamente o início de tudo. “Foi a primeira música que compus, e que mais tarde me levou a querer compor mais”, revela. A canção equilibra fragilidade e ímpeto, quase como se fosse possível dançar à beira de um abismo.

Participaram na criação e gravação deste tema:

Capa single: Francisco Hartley
Produção, arranjo, guitarra eléctrica, percussões, flauta transversal: Sebastião Macedo
Bateria: Francisco Guedes
Baixo: Gonçalo Bicudo
Guitarra acústica: Pedro R. de Castro
Violoncelo: José Blanco
Gravação: Alexandre Bandola
Mistura: Hugo Valverde
Masterização: Nuno Monteiro

Esteves sem Metafísica, capa do single “sóbria”
Esteves sem Metafísica, capa do single “sóbria”. Crédito: Francisco Hartley

O nascimento de Esteves sem Metafísica

O projeto Esteves sem Metafísica emerge da inevitabilidade de expressão de Teresa, escritora e autora do livro de poesia A morte não tem pátria (2023), e colaboradora da revista Brotéria. A música surge como prolongamento da palavra — um espaço onde se continua a busca pela verdade, pelo sagrado e pelo corpo enquanto lugar político e espiritual.

A lírica deste disco revela a minha experiência como ser humano, como mulher, e a minha espiritualidade em todas as suas dimensões: do corpo à alma, da glória ao vício, do desejo à promessa”, sublinha Teresa Esteves da Fonseca.

Esteves sem Metafísica, crédito de Francisco Hartley
Esteves sem Metafísica, crédito: Francisco Hartley

Um disco feito de liberdade e referências improváveis

de.bu.te. reúne cinco anos de composição, experimentação e maturação artística. É um disco onde cabem referências improváveis e apaixonadas: dos Beatles a Andrew Lloyd Webber, de Isaac Albéniz a Samuel Úria, sem esquecer o fado e o cancioneiro tradicional. Teresa não procura estilos, procura essência. E é essa liberdade que imprime identidade a este trabalho.

Não há aqui metáforas excessivas, apenas a crueza do que se sente — dita com a coragem de quem já atravessou a página em branco e agora se aventura por novas linguagens. O single “sóbria” já se encontra disponível em todas as plataformas digitais. O álbum de.bu.te. será editado em junho com o apoio da Fundação GDA. Podes seguir a Teresa (ou Esteves sem Metafisica) no seu Instagram.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro é o fundador do musica.com.pt. Como músico e produtor conta com mais de 25 anos de experiência no mundo da música, tendo participado em projetos como Peeeedro, Moullinex, MAU, entre outros, e tocando em venues como Lux, Maus Hábitos, Plano B, Culturgest, Glasgow School of Arts, entre muitas outras salas e locais em Portugal e no estrangeiro. Compôs música para teatro (Jorge Fraga, Graeme Pulleyn, Teatro Viriato), dança contemporânea (Romulus Neagu, Peter Michael Dietz, Patrick Murys, Teatro Viriato), TV (RTP2) e várias rádios.