Prémios PLAY 2025: Todos os Vencedores de Uma Noite Incrível no Coliseu dos Recreios

Na noite de 3 de abril no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, deu-se a sétima edição dos Prémios PLAY 2025 e voltou a transformar-se o Coliseu no palco maior da música portuguesa. Apresentada por Filomena Cautela e Inês Lopes Gonçalves, a cerimónia destacou nomes que marcaram o último ano e celebrou tanto a força das canções mais populares como a diversidade que define o atual panorama nacional.

Bárbara Bandeira, Slow J e Calema entre os grandes vencedores dos Prémios PLAY 2025

Vencedores Prémios Play 2025 / Créditos Instagram Premios Play
Vencedores Prémios Play 2025 / Créditos Instagram Premios Play

A noite começou com energia graças à atuação de Bárbara Bandeira, que abriu a gala com temas do seu EP Lusa / Acto I, e foi também uma das figuras mais premiadas ao conquistar o troféu de Melhor Artista Feminina dos Prémios PLAY 2025. Nomeada também para “Canção do Ano” com o tema Carro, em parceria com Dillaz, Bárbara confirmou a sua posição de destaque no pop português atual.

Slow J arrecadou pela segunda vez consecutiva o prémio de Melhor Artista Masculino, numa categoria disputada com nomes como Plutónio e Dillaz. Já os Calema, que celebram 15 anos de carreira e preparam um concerto no Estádio da Luz, venceram novamente o prémio de Melhor Grupo, reforçando o seu estatuto como uma das duplas mais queridas do público português.

“Garota” vence Canção do Ano e Bluay é Artista Revelação dos Prémios PLAY 2025

O prémio mais disputado da noite — Canção do Ano, escolhido pelo público — foi atribuído a Garota, tema que junta Marisa Liz e Maninho, tornando-se no tema português mais tocado nas rádios em 2024. Maninho celebrou assim o seu primeiro troféu PLAY, num reconhecimento do impacto que a música teve ao longo do ano.

Na categoria de Artista Revelação, a distinção foi para Bluay, artista que tem vindo a conquistar espaço através de colaborações com nomes como Piruka e Irina Barros, e mais recentemente pela sua participação no Festival da Canção. Em palco, Bluay descreveu a conquista como fruto de “muita persistência”, numa noite que também contou com atuações conjuntas dos nomeados nesta categoria: Iolanda, Bandidos do Cante e Buba Espinho.

Plutónio sai de mãos vazias numa noite dominada por outras vozes

Apesar das quatro nomeações — incluindo Melhor Álbum, Melhor Artista Masculino, Prémio da Crítica e Canção do Ano — Plutónio não levou nenhum troféu para casa. Um resultado que não deixa de surpreender, tendo em conta o sucesso de Carta de Alforria, com milhões de streams e dois concertos esgotados no Meo Arena. A ausência do artista na cerimónia acabou por tornar a derrota ainda mais notada.

Dillaz, que partilhava a nomeação com Plutónio pelo tema Allô, viu também escapar o prémio de Canção do Ano.

Mizzy Miles, atuações colaborativas e uma homenagem a José Cid nos Prémios PLAY 2025

Mizzy Miles, apesar de não vencer, foi uma das figuras centrais da noite com uma atuação colaborativa que trouxe ao palco nomes como Nenny, Agir, Diogo Piçarra e SleepyThePrince, todos envolvidos no seu álbum Fim do Nada. Um momento vibrante que espelhou a nova sonoridade urbana portuguesa e a forma como os produtores têm assumido um papel cada vez mais autoral.

As atuações ao longo da noite foram diversas e representativas: desde a colaboração entre artistas nomeados para Melhor Álbum Fado — Marta Pereira da Costa, Lina e Marco Rodrigues — até ao segmento mais ligeiro com Toka & Dança, Toy, Rui Bandeira e 4 Mens, todos candidatos na categoria de Melhor Canção Ligeira e Popular.

Um dos momentos mais emotivos dos prémios PLAY 2025 foi a entrega do Prémio Carreira a José Cid, uma das figuras mais incontornáveis da música portuguesa, entregue por Júlio Isidro e pelo Secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos. Uma homenagem merecida a um artista que atravessou décadas com irreverência e visão.

“Na nossa geração deixámos um legado que vocês souberam muito bem apresentar”, diz José Cid aos músicos das gerações mais novas.

Dillaz leva Melhor Álbum e Camané vence no Fado

Apesar de não vencer nas outras categorias, Dillaz conquistou o troféu de Melhor Álbum dos Prémios PLAY 2025 com O Próprio, editado em fevereiro de 2024. No universo do Fado, o vencedor foi Camané, com o disco Ao Vivo no CCB / Homenagem a José Mário Branco, numa cerimónia onde também se anunciou o regresso de um espetáculo conjunto com Ricardo Ribeiro e António Zambujo.

Uma gala que espelha a música portuguesa de hoje — mas ainda com espaços por preencher

A sétima edição dos Prémios PLAY 2025 (Instagram)voltou a demonstrar a vitalidade da música portuguesa, com uma gala onde coexistem nomes mainstream, artistas independentes, sonoridades tradicionais e novas tendências. Ainda assim, o evento continua sem espaço para os géneros mais extremos ou alternativos — uma ausência que tem sido notada ano após ano por parte da crítica e de vários músicos da cena underground.

Com 14 categorias atribuídas e um alinhamento que passou por quase todos os géneros populares, os Prémios PLAY 2025 celebraram o que de melhor se faz na música portuguesa — e lançaram pistas sobre o que aí vem.

Tabela de Vencedores — Prémios PLAY 2025

CategoriaVencedor
Canção do AnoGarota – Maninho feat. Marisa Liz
Melhor ÁlbumO Próprio – Dillaz
Melhor Artista FemininaBárbara Bandeira
Melhor Artista MasculinoSlow J
Melhor GrupoCalema
Melhor Álbum FadoAo Vivo no CCB – Camané
Melhor Canção Ligeira/PopularVou Beijar na Boca – Toy
Artista RevelaçãoBluay
Prémio LusofoniaCavalinho – Pedro Sampaio & Gasparzinho
Melhor Álbum JazzNot Far From Paradise – Eduardo Cardinho
Melhor Álbum Clássica/EruditaTalkin(g) (A)bout my Generation – Pedro Lima
Melhor VideoclipeLaurinda – Karetus, Vitorino & iolanda (Aidan Kless)
Prémio da CríticaVou Ficar Neste Quadrado – Ana Lua Caiano

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Pedro Ribeiro
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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro é o fundador do musica.com.pt. Como músico e produtor conta com mais de 25 anos de experiência no mundo da música, tendo participado em projetos como Peeeedro, Moullinex, MAU, entre outros, e tocando em venues como Lux, Maus Hábitos, Plano B, Culturgest, Glasgow School of Arts, entre muitas outras salas e locais em Portugal e no estrangeiro. Compôs música para teatro (Jorge Fraga, Graeme Pulleyn, Teatro Viriato), dança contemporânea (Romulus Neagu, Peter Michael Dietz, Patrick Murys, Teatro Viriato), TV (RTP2) e várias rádios.